Conto - Muçulmanos Aflitos


  Em uma quitinete alugada, no segundo andar de um predinho no subúrbio, estavam três terroristas muçulmanos. Todos ansiosos.
  – Levanta desse chão, Abdullah, agora não é hora de ficar rezando!
  O muçulmano mais velho, ajoelhado sobre um tapete pequeno, voltado para o canto da sala – supostamente a direção de Meca – desviou-se da oração que acabara de iniciar.
  – Está chegando o momento, Hassan. Se isso não é razão para desviarmos de nossa Zhur, é motivo para enfatizá-la – Envolto na aura enigmática proporcionada pelo comentário, Abdullah voltou à sua posição inicial.
  Hassan, impaciente, deixou o amigo de lado e se dirigiu à porta do banheiro onde o terceiro rapaz se banhava, purificando-se.
  – Jarrah, você está nesse banheiro há dez minutos, o que está fazendo aí dentro?! – Se aproximou da porta, imaginando que esta abafaria a resposta do outro, mas se surpreendeu, primeiro por como isso era desnecessário e, segundo, por como as portas de quitinetes são frágeis e finas no ocidente.
  – Bom, estava tudo bem até agora há pouco, lavei as mãos, os braços, as narinas, as orelhas... Mas então o jantar caprichado de ontem, somado à ansiedade do que faremos hoje, pesou com força em minha barriga.
  – Que nojo, Jarrah! Se apresse com isso – Hassan ia retornando para a sala, mas voltou para junto à porta, lembrando-se de seu objetivo ao ir ali – A propósito, Jarrah... Você sabe como se prende essa merda de bomba na cintura?
  A resposta demorou um pouco a vir.
  – Ué, não se lembra das aulas teóricas?
  – É claro que me lembro das aulas! Mas esse negócio é mais pesado do que parece, e pinica pra caramba!
  A espessura mínima da porta deixou transpassar o riso abafado de Jarrah do outro lado.
  – Tudo bem, espere por mim. Estou terminando o serviço aqui... – E então, mais algumas risadas abafadas, o que deixou Hassan ainda mais inquieto.
  Voltou para a sala e encontrou Abdullah finalizando sua oração do meio-dia.
  – Não vai fazer a sua Zhur hoje?
  Hassan se aproximou do centro da sala e olhou de modo irritado ao amigo mais velho.
  – Pareço estar em condições de me curvar para orar hoje, Abdullah? – Dizendo isso, ele estendeu ambos os braços, exibindo um colete camuflado suspenso por duas alças reforçadas, estas presas em seus ombros, e outras duas fitas laterais com velcro para estabilizar a coisa toda, estas ainda por fechar. No centro do colete, enfileiradas, haviam pelo menos oito dinamites sob um dispositivo do qual partiam fios que as ligavam ao detonador escondido em algum lugar da roupa do rapaz.
  – Não me interessa, é seu dever orar todos os dias, cinco vezes por dia! Aliás, nem sei por que você já está querendo vestir o equipamento. Só vamos colocar o plano em ação daqui quatro horas!
  – Preciso testar! Ver como isso funciona... Não vamos conseguir explodir aqueles babacas se não soubermos detonar a bomba – Disse Hassan, olhando em volta, procurando as alças com velcro, a fim de prendê-las – Além do mais, não faço ideia de onde se prende isso daqui. E como coça esse colete! Que merda é essa, poliéster?!
  – Você tem que colocar uma blusa por baixo se está te incomodando tanto, idiota.
  Hassan olhou-o com um ar fatigado, mas sabia que era uma boa ideia e, se não fosse toda aquela ansiedade, teria pensado naquilo.
  – O que o Jarrah está fazendo naquele banheiro? – Quis saber Abdullah.
  – Botando a máquina de churros pra funcionar – Respondeu Hassan, tirando o colete pela cabeça.
  – Hassan! Seja mais educado, estamos fazendo uma coisa importante aqui hoje.
  – Tudo bem. Ele disse que é a ansiedade, vai terminar logo.
  Hassan acomodou o colete no sofá da sala e abriu o zíper da mala que estava sobre o mesmo, tirando uma camiseta listrada dela. Enquanto isso, Abdullah foi até a porta do banheiro.
  – Jarrah, sai desse banheiro!
  – Calma aí, estou quase lá!
  Abdullah revirou os olhos, mesmo sabendo que Jarrah não veria o gesto.
  – Apenas se apresse, ok? – E voltou para a sala sem esperar resposta.
  Chegando novamente no cômodo de origem, Abdullah quase infartou.
  – O que está fazendo, moleque? Isso é uma camiseta com a bandeira dos Estados Unidos?!
  Hassan olhou para o próprio peito, como se só então percebesse o que estava vestindo.
  – Ah, sim. Peguei a que estava por cima...
  Abdullah andou depressa em sua direção, praguejando e passando a mão sobre o rosto.
  – Você por acaso sabe o objetivo do que estamos fazendo aqui hoje?! Sabe o que significa tudo isso? Ao menos tem uma mínima percepção de como os ideais norte-americanos ferem princípios de nossa doutrina? – O homem fez uma pausa para organizar os pensamentos e respirar um pouco – Eles difundem esses ideais a torto e a direito. E sem falar que ainda apoiam o estado de Israel! Eu não lutei a Guerra Irã-Iraque para morrer assim. Não sobrevivi a dias agonizando pelos efeitos do gás mostarda para servir de babá a um idiota e um cagão em meu último dia de vida!
  Hassan ficou quieto, sem mover um músculo sequer, apenas se perguntando se devia ou não tirar aquela camiseta.
  – Porque você tem uma camiseta dessas? – Quis saber Abdullah, ainda com os olhos vermelhos de pura raiva.
  – Ganhei de um amigo meu...
  – Por Deus! – Abdullah se engasgou por um momento – Digo, por Alá! Tire logo esse sacrilégio de seu peito – E então se dirigiu ao quarto da quitinete, pisando duro e bufando de frustração.
  Hassan tirou a camiseta correndo, escondeu-a no fundo da mala e vestiu uma outra, toda branca. Não seria possível que o velho se irritaria por causa de uma camiseta branca... Nesse momento, Jarrah entrou na sala.
  – Agora estou pronto para encontrar minhas 72 virgens!
  Hassan olhou para o companheiro, o sorriso vencendo o abatimento.
  – Tem razão, me ajude a prender essa coisa na cintura – Disse, apontando para a bomba jogada sobre o sofá.
  Jarrah segurou o colete com as dinamites e ajudou Hassan a vesti-lo. Em seguida, pegou a alça solta da cintura e procurou onde encaixá-la.
  – Cara, essa alça aqui com velcro não tem onde prender...
  – Viu! Era disso que eu estava falando. Não achei onde eu devo prender essa coisa.
  Jarrah procurou por mais alguns segundos na estrutura do colete, mas desistiu em seguida.
  – Devem ter pensado que quem está prestes a morrer não precisa de conforto.
  A resposta pareceu plausível a ambos, então deixaram a alça de lado.
  – E como é que você vai detonar essa coisa na hora certa? – Perguntou Jarrah, analisando o dispositivo no meio do colete.
  – Esses fios estão ligados ao detonador, que já está programado para explodir com apenas um clique no botão grande e vermelho.
  – Acho que não tem como errar então... – Jarrah esboçou um sorriso no canto da boca – Onde você guardou o detonador?
  – No meu bolso de trás. Acho que assim vai ser mais fácil. Não importa o quanto eu estiver nervoso, só precisarei dar um tapa na minha bunda e vai tudo pelos ares...
  Os dois riram daquilo, imaginando como seria ridícula a última pose que Hassan faria na vida, mas logo se entediaram.
  – O que faremos até chegar a hora de colocar o plano em prática? – Hassan estava bem menos ansioso agora. A bronca de Abdullah fez sua aflição se extinguir.
  – Acho que podemos assistir TV. Deve estar passando um daqueles talk shows americanos...
  Hassan ligou a TV enquanto Jarrah tirava a mala de roupas de cima do sofá. De uma maneira completamente mecânica e natural, ambos se sentaram, mas Hassan acionou alguma coisa com o movimento.

Autoria: Arthur Dias

***

Nota 1: Quem quiser pegar o texto para uso geral, sinta-se à vontade; apenas me comunique antes e credite ao autor (Arthur Dias) e ao blog (DiscoDiVinil).

Nota 2: Finjam todos que são grandes críticos de literatura e tentem me orientar: critiquem, sugiram mudanças, apontem meus erros e comentem o que acharam do texto.

31 comentários:

  1. Muito interessante o seu conto mas encontrei algumas falhas, uma delas meio grave. É que não existe muçulmano que não seja religioso fervoroso. Nenhum, absolutamente nenhum, faz alguma coisa sem orar. Então, esse personagem Hassan é meio irreal. Mas gostei muito do final. Outra coisa: quitinete significando apartamento é uma palavra masculina. Parabéns por mais essa produção.

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  2. Obrigado pela crítica, Alberto. ^^
    Reconheço que a cultura dos muçulmanos, juntamente com suas crenças bem fundamentadas, possibilitam que eles sejam um povo com um fervor religioso muito forte; mas criei Hassan me baseando em adolescentes relapsos em relação à cultura de seu próprio povo, mesmo que as chances de isso acontecer com um muçulmano, que é ensinado desde a infância os preceitos do alcorão, sejam mínimas.
    Quanto à palavra "quitinete", tenho que discordar... "Quitinete" só pode significar, além de apartamento pequeno, uma cozinha pequena; e, em ambos os casos, trata-se de um substantivo feminino.
    No mais, obrigado por aprovar mais uma de minhas produções. Haha
    Grande abraço e sucesso!

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  3. Um ótimos texto, mas com algumas falhas no contexto geral. Apesar de ter mostrado algum conhecimento histórico o autor acabou soando preconceituoso e desentendido ao dizer que um fundamentalista islâmico prestes a abdicar de sua vida pela religião usaria uma camiseta estampada com a bandeira americana. Ou quando sugeriu que esse mesmo fundamentalista iria debochar da própria religião. Também sinto que devo apontar a falta de detalhes, uma descrição melhor do espaço e das personagens teria tornado a leitura mais simples, valorizando assim o humor inteligente apresentado ao final da obra.

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  4. Obrigado pela análise, Rodrigo.
    Reconheço que retratar um fundamentalista islâmico que demonstra tamanha indiferença pelos alicerces da própria religião e pela ação que o grupo está prestes a colocar em prática pode ser considerado preconceituoso, mas perceba que já era um pré conceito meu abdicar de certa verossimilhança em virtude do humor que pretendia atingir. Um muçulmano determinado a morrer pelo que acredita nunca seria tão desleixado, mas também não estaria hospedado em uma quitinete suburbana - então não podemos tomar o conto como algo além de uma obra despretensiosa e humorística. Até na maneira como eu iniciei o texto, tentei deixar isso evidenciado. O primeiro parágrafo inicia o conto da mesma maneira como iniciaria uma piada satírica.
    Então, o conto é preconceituoso? Sim, com certeza. Mas como não seria? Estou fazendo humor com a cultura de um povo do qual tenho um conhecimento limitado. A maneira como deixei isso óbvio é, na verdade, uma justificativa para o preconceito que eu, inevitavelmente, acabaria praticando.
    Quanto à descrição rala, só tenho a concordar. Costumo prezar mais pelo tamanho curto do conto do que pela descrição física dos personagens e dos ambientes. Paranóia minha, eu sei. Tentarei consertar isso nos contos futuros.
    Mais uma vez, obrigado pelo comentário.
    Grande abraço!

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  5. Alguns pontos acabam ficando inverossímeis, imagino que dada a situação, deveria haver mais tensão, alguns relatos também são antagônicos, como o momento de purificação ser feito sem nenhum aspecto ritualístico, ou fundamentalistas desdenhosos da própria religião, mas parabéns, a escrita é bem estruturada, bom vocabulário, diálogos bem construídos, Não deixe de escrever. Gostei muito.

    cafeecomletras.blogspot.com.br

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  6. Que bom que gostou, Andreza. ^^
    Talvez os pontos levantados sejam mesmo o maior foco de críticas, pelo fato de eu deixar certos costumes e rituais de lado em função da comicidade.
    Obrigado pelo comentário,
    Grande abraço!

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  7. gostei do conto apesar de achar que as ações dos personagens n condizem muito com seus costumes sabe.
    mas um bom conto na medida do possível.
    Seguindo o Coelho Branco

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  8. Obrigado pelo comentário, Alice.
    Sim, as ações não condizem em nada com seus costumes reais, e é nisso que se baseia todo o conceito do conto. Um terrorista com alergia ao tecido do colete da bomba, outro que interrompe seu ritual de purificação por conta de uma dor de barriga... Trata-se de uma sátira à cultura islâmica.
    Mas fico feliz que tenha gostado. (:
    Grande abraço!

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  9. Olá... Arthur tudo bem??

    Quanto ao texto eu não tenho o que dizer, na minha visão de simples leitora gostei muito, você soube trazer conhecimento sobre o povo... soube colocar os nomes, achei isso muito válido para o texto e o tema que escolheu. No fim apesar de não gostar muito do enredo me diverti... não sei se foi a sua intenção colocar um pouco de comédia... mas desde que comecei a leitura percebi que esse era o intuito... eu acho que para contos você está muito bom e deve continuar... gostei! Xero!!

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  10. Obrigado pelo comentário, Diana. ^^
    Você não é só uma "simples leitora", sua opinião é tão importante quanto qualquer outra. Fico feliz que tenha gostado. (:
    Abraço!

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  11. Oi Arthur,

    Achei o conto interessante, gostei muito da sua forma de narrar. Não conheço a cultura do povo, mas normalmente não gosto de comentar nada que envolve crenças e culturas de outros povos, embora não tolere em hipótese alguma terroristas que se travestem de religiosos e creio que realmente acreditam que é a vontade de Ala. Mas, acabei me divertindo do final com o lance do feitiço ter virado contra o feiticeiro. hahaha
    Continue escrevendo assim.

    Beijos
    Tânia Bueno
    www.facesdaleiturataniabueno.blogspot.com.br

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  12. Olá, Tania. E obrigado pelos elogios.
    Escrever sobre a cultura de outros povos é sempre perigoso, porque você sempre acaba soando preconceituoso. Não falo daquele preconceito negativo do tipo "minha cultura é melhor que a tua", mas o simples "tenho um modo de pensar diferente e, por causa disso, algo que eu disser vai parecer precipitado".
    Ainda assim, não acho que a opção de não escrever sobre isso seja a melhor. Não é porque não conheço todos os formalismos da religião islâmica que eu deixarei de escrever um conto que brinca com esses costumes. Acho que a chave é escrever respeitando aquilo sobre o que se escreve. Assim, tentei satirizar os costumes dos muçulmanos, mas de uma forma que eles mesmos dariam risada - talvez não os fundamentalistas, mas as pessoas comuns do lado de lá do mundo...
    Mais uma vez, obrigado por comentar.
    Abraço!

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  13. Olá

    Achei o conto bem divertido e interessante (ao mesmo tempo intrigante). Adorei a construção dos personagens e o desfecho também me agradou muito. Achei o Hassam meio vida loka para com os costumes do seu povo, mas mesmo assim curti a ideia central e o que o conto quis passar. Preciso dizer que curto muito tua escrita, rapaz? Então, curto muito tua escrita, cê vai longe!

    Abraço!
    www.umomt.com

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  14. Hahah, valeu Matheus!
    Principalmente por acompanhar as publicações de contos desde o início.
    Grande abraço!

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  15. Olá Arthur, goste bastante do teu conto, além de ter humor tratou de uma tema como o terrorismo sem todo aquele temor, não sei se esta é a palavra certa, mas o que eu quero dizer é que você não colocou os terroristas como totalmente fanáticos/psicopatas/sem sentimento ou emoções como normalmente são retratados e isso ficou bem legal. Como não conheço muito bem essa cultura não posso opinar se a descrição de alguns de seus costumes estão corretos, mas se não estão não ficou tão obvio assim...

    Visite o blog "Meu Mundo, Meu Estilo"

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  16. Que bom que gostou, Jéssica. [:
    Sei o que quer dizer, e lhe agradeço por destacar que eu consegui fazer com que os personagens parecessem menos estereotipados.
    Abraço!

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  17. Oi Arthur.
    Nossa que texto, eu prefiro não opinar sobre a referência a cultura islâmica porque não tenho tanto conhecimento sobre.
    Mas a criação dos personagens e o contexto em geral foram bem descritos,achei bem divertido e tornou o tema bem leve.

    Beijos.
    Leituras da Paty

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  18. Fico feliz por ter gostado, Paty. [:
    E obrigado pelo comentário.
    Abraço!

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  19. Oi, Arthur!
    Eu sou evangélica e sempre convivi com sátiras à minha religião, como se colocassem todos os evangélicos em um mesmo saco. Há várias diferenças, por isso muito do que é falado me magoa. Como não gosto de que façam comigo, não curto nenhum tipo de humor religioso. Também não entendo muito sobre islamismo, então prefiro não opinar.
    Mas se fosse tirar isso, eu acharia o conto bem desenvolvido, exceto pelo final. A última frase ficou sem graça, não transmitindo a emoção que o final pede.
    Beijinhos!
    Giulia - www.prazermechamolivro.com

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  20. Olá, Giulia!
    Respeito o fato de você não gostar de humor que envolva crenças religiosas. Não é legal gozarem de algo que permeia nossa ideologia.
    Mas perceba que eu tomei cuidado para não ferir fundamentos muito importantes do Islamismo. Hassan e Jarrah são relapsos quanto aos costumes de seu povo (costumes esses baseados na ideologia islâmica), como orar cinco vezes ao dia e se lavar para purificar-se; mas criei-os me baseando em adolescentes que não levam as próprias crenças muito a sério - como é comum ver no lado ocidental do mundo. O fato de esses adolescentes relapsos serem fundamentalistas é a parte inverossímil do texto - como já foi destacado em comentários anteriores -, mas eu justifiquei isso ressaltando a comicidade do conto, que era a minha prioridade.
    Outras sátiras presentes não fazem tanta referência às crenças dos muçulmanos. A bomba que pinica e a camiseta dos Estados Unidos estão brincando mais com a ideologia deturpada dos terroristas do que com a verdadeira religião islâmica.
    As falas "Por Deus!... Digo, por Alá!" e "Agora estou pronto para encontrar minhas 72 virgens" também são satíricas, mas não chegam a desrespeitar ninguém. Não é como se eu dissesse que orar no Muro das Lamentações é como conversar com a parede, por exemplo. Isso sim seria desrespeitoso!
    Minha opinião pode ser enunciada da seguinte maneira: Preconceito religioso é errado e evidencia a ignorância das pessoas, mas a liberdade de falar o que se pensa sobre as outras religiões é muito válida - desde que se pesquise antes, é claro - e até necessária. Não debater sobre religião é tão incoerente como prejulgar determinadas crenças. Porém, para se expressar sobre a cultura de outros povos, é sempre muito necessário pesquisa e, acima de tudo, respeito.
    No mais, obrigado por comentar, mesmo o conto não lhe agradando tanto. ^^
    Abraço!

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  21. Ah, que final foi esse? hehe... quanta esperteza! rs...

    Olha, pra falar a verdade, o texto não me atraiu... o problema mesmo foi o tema, nunca vou entender essas pessoas que estão dispostas a se matar pra provarem um ponto, mas não posso julgá-las. Então, prefiro não ler a respeito. É uma cultura diferente demais, que não entra na minha cabeça de jeito nenhum.

    Beijo!

    Ju
    Entre Palcos e Livros

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  22. Desculpa, Ju, mas pensamos de maneiras diferentes.
    Você pode não querer ler a respeito de costumes islâmicos e sua cultura de um modo geral, afinal, a decisão é sua. Mas o mundo não é o mesmo de algumas décadas atrás, e entramos em contato com "culturas estranhas" o tempo todo. Quando esse tipo de coisa acontecer, prefiro ser a pessoa que tem opiniões formadas e embasadas a respeito desses povos (entendendo seus pontos de vista e avaliando se eu concordo ou não), do que a que fica na defensiva, ressaltando o quanto eles são diferentes e indecifráveis...
    Quanto ao final, tentei acentuar a ingenuidade de Hassan e Jarrah, fazendo com que persistissem no erro, o que pode ser observado na fala "Acho que podemos assistir TV. Deve estar passando um daqueles talk shows americanos..."; também tentei passar a ironia de o ataque terrorista acabar antes do previsto e com consequências menos numerosas; e, por fim, tentei terminar mantendo o teor humorístico que permeou o restante do conto.
    Obrigado por comentar.

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  23. Oi Arthur, embora não faça muito o meu gênero, curti bastante o texto e a construção dos personagens. Continue escrevendo, tenho certeza que a tendência é melhorar cada vez mais.

    Bjs, Glaucia.
    www.maisquelivros.com

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  24. Oiii,
    Eu não conheço muito da sobre os muçulmanos, então acho meio dificil opinar, mas fora isso, falando da estrutura do seu conto em geral, eu achei muito bom, bem estruturado e desenvolvido, gostei do final e acho que a mensagem é bem essa: respeito. Mto bom!

    Aline Lima - Sempre Nerd - https://alinenerd.blogspot.com/

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  25. Gostei da estrutura do conto. Achei que ficou com o tamanho necessário, por mais que eu acho que talvez você pudesse ter acrescentado uma descrição básica da quitinete (eu imaginei uma sala vazia com uma televisão e mala haha). Acredito que deve ter sido a proposta ter os personagens se comportando de maneira completamente alheia aos reais costumes islâmicos. Achei interessante, por mais que isso tenha me incomodado um pouco, vi certa sátira ali. Gostei especialmente do final!

    Beijo,
    http://livrodeunicornios.blogspot.com.br/

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  26. Obrigado pela análise, Julia. [:
    Sei que preciso prestar mais atenção quanto às descrições de personagens e ambientes, mesmo que isso afete o tamanho final do conto. Tentarei melhorar esse ponto em especial na próxima publicação.
    Grande abraço!

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  27. Bem, gostei do conto! Então... também não gosto de humor religioso, mesmo que não seja a minha religião em questão, mas sei lá... acho que levei numa boa seu conto. Espero que não tenha sido sua intenção verdadeira atiçar ou incomodar os seguidores muçulmanos, mas apenas se divertir com as palavras e construir um bom conto.
    Continue, mas quem sabe com assuntos menos sérios!? Aliás, escreva o que quiser! haha
    xoxo
    Visita lá o Bookmore

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  28. É claro, minha intenção nunca foi atiçar qualquer rixa entre religiosos distintos; apenas peguei alguns detalhes da cultura islâmica (detalhes pequenos, aliás) e os transferi para um conto humorístico. Minhas intenções reais foram divertir e promover o debate - o que, de fato, aconteceu.
    Obrigado por comentar!

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  29. Olá Arthur!! Como vai?
    Muito bom aparecer aqui e me deparar com um conto.
    Quando comecei a ler logo pensei nas polêmicas que o conto poderia causar rsrsrs. Quando falamos de sexo, raça, política e religião... caracaa, precisamos ter muita sensibilidade e muuuuuiiiiita sabedoria para explicar a intenção de seu "uso".
    Adorei o conto,consegui captar sua sátira, e, interpretei como uma forma de refletirmos o quanto somos "americanizados". E mesmo países que odeiam os EUA acabam por utilizar, mesmo que indireta, "produtos" da grande potência.
    Quando pegamos a religião em si,claro que teve falhas. Mas, como você mesmo disse, sua intenção era provocar o riso, divertir o leitor, então a verdade do islamismo se misturou com sua mente criativa.
    E você soube se desviar muito bem das críticas quanto a abordagem de um assunto que traz polêmica rs. Eu não me arriscaria!
    Finalizo dizendo que sua maturidade como escritor aumenta a cada dia, e quando menos esperarmos, você se tornará um autor completo em todos os quesitos bem diante de nossos olhos.
    Um beijo,
    aculpaedosleitores.blogspot.com.br

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