AUTORA: Agatha Christie
EDITORA: Record
PÁGINAS: 218
SINOPSE: Oito pessoas estão a caminho da ilha do Negro. Tais pessoas tem as mais diferentes classes sociais e foram chamadas até a ilha por razões distintas. No primeiro contato, todos parecem carregar consigo um mistério pessoal e uma história passada secreta. Ao chegarem à ilha, o grupo junta-se aos dois empregados que tomam conta da casa de seu anfitrião, o Sr. Owen. Tal anfitrião, no entanto, não se encontra na ilha, mas deixou ordens aos empregados para receberem os convidados, servi-los e acomodá-los. A situação, já estranha, piora quando um dos membros do grupo morre misteriosamente; a partir de então há uma sequência de mortes, aparentemente, seguindo uma antiga canção inglesa.
Depois de ler esse livro eu tive a certeza de duas coisas: Primeiro que Agatha Christie não é considerada a "rainha do mistério" à toa; e segundo que eu nem imaginava o tempo que estava perdendo adiando a leitura de livros policiais! Esse é um daqueles livros que você começa a leitura já procurando pistas para desvendar a trama antes do final, mas já sabendo que não vai conseguir realizar isso, ainda mais se tratando dessa autora.
A história consegue prender o leitor utilizando vários artifícios, o que eu considerei genial, talvez até mais do que o enredo em si: Um desses artifícios é a canção infantil em que se baseiam os assassinatos, você já saberá mais ou menos como será morta a próxima vítima, mas isso não deixa de ser interessante mesmo assim, pois outro artifício usado garante que todos os dez hóspedes da casa já tiveram rolo com a justiça (todos são acusados ainda no início do livro, portanto isso não constitui um spoiler). Esse recurso tornam todos os integrantes do grupo possíveis assassinos, não admitindo saber quem será a próxima vítima.
Um último artifício que merece ser destacado é que, no início da história, sobre a mesa de jantar, haviam dez estatuetas de porcelana com a forma de negrinhos. E, a cada nova morte, um negrinho some de cima da mesa. Pode parecer algo supérfluo, mas esse detalhe contribui muito para o enredo, já que a estatueta desaparece logo após o assassinato, delimitando os suspeitos (afinal, o assassino será quem teria livre acesso à cozinha após cometer o homicídio). Os resultados alcançados com isso são dois: A criação de um terror psicológico e uma atmosfera mais sombria para a história; e a estimulação do leitor, para que este tente desvendar o mistério (boa sorte com isso).
Criei algumas teorias ao longo da leitura, aliás, estive quase certo de que tinha desvendado a trama; mas afinal ficou provado que não tenho tantos neurônios quanto Agatha Christie. A rainha do mistério provou para o mundo que seus romances justificam seu nome e provou para mim que até o presente momento eu li pouquíssimos livros desse tema tão incrível que é o policial. Leia esse livro, tente descobrir quem é o assassino e deixe que Agatha Christie prove algo a você: Que você estava errado o tempo todo.
"Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;Um deles se engasgou e então ficaram nove.Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!Um deles cai no sono, e então ficaram oito.Oito negrinhos vão a Devon de charrete;Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eisQue um deles se corta, e então ficaram seis. [...]"
Um último artifício que merece ser destacado é que, no início da história, sobre a mesa de jantar, haviam dez estatuetas de porcelana com a forma de negrinhos. E, a cada nova morte, um negrinho some de cima da mesa. Pode parecer algo supérfluo, mas esse detalhe contribui muito para o enredo, já que a estatueta desaparece logo após o assassinato, delimitando os suspeitos (afinal, o assassino será quem teria livre acesso à cozinha após cometer o homicídio). Os resultados alcançados com isso são dois: A criação de um terror psicológico e uma atmosfera mais sombria para a história; e a estimulação do leitor, para que este tente desvendar o mistério (boa sorte com isso).
"Lá embaixo, na sala de jantar, Rogers estacou intrigado.Fitava as figurinhas de porcelana que se achavam no centro da mesa.— Esquisito! — murmurou de si para si. — Teria jurado que eram dez."
Criei algumas teorias ao longo da leitura, aliás, estive quase certo de que tinha desvendado a trama; mas afinal ficou provado que não tenho tantos neurônios quanto Agatha Christie. A rainha do mistério provou para o mundo que seus romances justificam seu nome e provou para mim que até o presente momento eu li pouquíssimos livros desse tema tão incrível que é o policial. Leia esse livro, tente descobrir quem é o assassino e deixe que Agatha Christie prove algo a você: Que você estava errado o tempo todo.
Eu sempre tive receio de ler os livros dessa autora. Mas, olha, você me fez ficar interessada nesse livro.
ResponderExcluirSei que tem ele numa biblioteca aqui perto e da próxima vez que eu for lá, talvez eu dê uma chance para a Agatha.
De literatura policial, sou muito fã de Sherlock Holmes.
Olá, Maria. Não precisa ter receio dos livros da autora, a leitura é muito fácil e fluida. A maioria dos livros dela podem ser lidos em apenas um dia.
ResponderExcluirEu nunca li os livros do Sherlock, mas tenho certeza que são tão bons quanto os da Agatha Christie. Eu tenho um amigo que leu alguns dos livros do Conan Doyle e me falou que o seriado "Sherlock" é bem fiel aos livros (apesar de se passar nos tempos atuais). Considerando que sou fã da série, tenho certeza de que vou gostar ainda mais dos livros.
Obrigado pelo comentário e grande abraço!
Sua resenha descreveu exatamente o que eu senti quando li esse livro. Quase aplaudi de pé o desfecho que ela deu pra história, fiquei absolutamente encantada! Tenho aqui um outro livro dela que só to esperando ter um tempinho pra ler logo; de todos os que eu li até hoje, esse com certeza foi o melhor!
ResponderExcluirhttp://livroscomchadastres.blogspot.com.br
Esse livro em especial eu nunca li, mas li três da Agatha Christie e não poderia achar melhores palavras que essas que você usou para defini-la!
ResponderExcluirGabi, pois é, eu nem imaginei que o final seria da forma que foi. Todos os personagens tem a mesma probabilidade de ser o assassino, não fosse um detalhe ou outro no enredo que o safa. Com certeza foi um dos melhores livros que já li, correrei atrás de outros livros da autora. (:
ResponderExcluirDani, obrigado pelo elogio. Já tenho mais alguns livros dela na minha lista de metas, assim que os ler eu lhe procurarei para discutirmos sobre as obras, haha.
Grande abraço às duas!
Nossa Arthur, eu nunca li nenhum livro da Agatha Christie mas morro de vontade! Na verdade eu tento inserir livros policiais nas minhas metas de leitura pois eu gostei muito dos poucos que li! Adorei sua resenha e ela me fez estabelecer uma nova meta de leitura para esse ano: ler pelo menos um livro da Agatha Christie!
ResponderExcluirBeijos
Débora - Clube das 6
http://www.clubedas6.com.br
Olá Arthur! Meu pai adora Aghata! Tem quase todos os livros dela e devo dizer nunca tive vontade alguma de ler. Acho que peguei certo receio de tanto ver esses livros na estante do meu pai... Mais farei uma forcinha para ler e ver se eu mudo minha opinião. Ótimo post!
ResponderExcluirAdorei a indicaçao , Lerei.....
ResponderExcluirBeijos
Sofia.
http://limaisum.blogspot.com.br/
Dé, eu estava igual a você. Já tinha lido dois livros policiais e gostei dos dois, daí li esse e ele acabou superando os outros livros. xD
ResponderExcluirBoa sorte com sua nova meta de leitura, vou cobrar a resenha de um livro da Agatha Christie no Clube das 6! Haha.
Tathiany, fuça nessa estante aí! Meu pai tem uma gaveta cheia de livros juntando mofo, e foi fuçando nela que eu li o livro que hoje é o meu preferido (O Buraco da Agulha). Espero que descubra leituras memoráveis nessa estante.
Sofia, leia mesmo, tenho certeza que todos os livros da Agatha Christie são excelentes. Quando ler um venha me dizer o que achou.
Grande abraço às três!
Eu sou uma grande fã de Agatha, meu livro predileto da autora é "Os elefantes não esquecem". Tenho muita dificuldade em resenhar os livros da autora, gosto tanto que tenho medo de não ficara altura. Você, como sempre, arrasou na resenha ;)
ResponderExcluirBjos,
aculpaedosleitores.blogspot.com.br
Obrigado, Bia. (:
ResponderExcluirTenho essa mesma dificuldade para resenhar alguns dos meus livros favoritos, mas um dia publicarei, depois de revisar umas 500 vezes, haha.
Vou ler outros livros da autora e os resenharei também em breve.
Grande abraço!
Tenho receio de ler livros da autora, já vi gente muito mal e bem, mas agora que li sua resenha me animei, hahaha.
ResponderExcluirLara - whoisllara.com
Eu já ouvi reclamações a respeito do detetive que protagoniza muitos dos livros dela, Hercule Poirot, e pelo que falam esse personagem faz a pessoa perder um pouco da dinâmica na leitura; mas esse livro resenhado não apresenta o detetive, você pode ler e se surpreender sem receios.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e grande abraço!
Agatha Christie foi minha introdução ao policial e desde então se tornou um dos meus gêneros preferidos. Fico feliz que gostou! Leia também Os 13 Problemas, considero um dos melhores dela.
ResponderExcluirhttp://sobrelivroseletras.blogspot.com.br/
Sempre tive um pouco de receio em ler e não gostar. Entretanto sua resenha me instigou a ler.
ResponderExcluirObrigada pela dica. E parabéns pela resenha!
Abraços
Agatha Cristhie é tudo de bom!!! Essa mulher tem tannnnntos livros, eu tenho uma prateleira só de livros dela, e acho que nem cheguei na metade de tudo que ela escreveu! O Caso dos 10 Negrinhos foi o final que mais me surpreendeu! Algumas histórias dela eu consegui sacar qual era o mistério, mas esse livro me deixou completamente de queixo caído!
ResponderExcluirEm alguns livros da Agatha Cristhie alguns personagens aparecem com frequência, como o Hercule Poirot (um detetive belga muito peculiar), Tommy e Tuppence (um casal muito maneiro, que acabam sempre indo pra algum lugar com um mistério), Miss Marpple (uma espécie de alter ego da Agatha, uma velhinha de cidade do interior, muito mais sagaz do que a gente imagina)...
Ela também escreveu outros romances, com nada de policial, com um pseudônimo, que hoje vc encontra com o nome dela mesmo. Esses eu não gostei tanto.
Ótima resenha!
Fran
http://corujadequinta.blogspot.com.br/