Resenha #10 - A Mulher do Viajante no Tempo

TÍTULO: A Mulher do Viajante no Tempo

AUTORA: Audrey Niffenegger

EDITORA: Ponto de Leitura

PÁGINAS: 654

SINOPSE: Aos cinco anos de idade, Henry descobre possuir um distúrbio genético raro que o faz viajar no tempo, tanto para o futuro quanto para o passado, com uma margem de 50 anos para cada lado. Henry não pode controlar isso e nem escolher para que lugar no tempo irá. Geralmente, em momentos estressantes, ele simplesmente some e aparece em outro ponto do tempo. E é assim que, aos 36 anos, Henry encontra Clare, de 6, num campo perto da casa dela, em 1977. É a primeira vez que Clare o vê, mas Henry já a conhece. Ele a viu pela primeira vez em 1991, quando tinha 28 e Clare, 20. Ela o convida para tomar um café e lhe mostra um diário onde escreveu todas as datas de seus encontros com ele. Nada daquilo faz sentido para Henry, mas Clare cresceu ao lado dele, mesmo que por raras aparições, e o ama desde criança.

  Antes de vir escrever a minha resenha dei uma lida em outras, de outros blogueiros, e a opinião é unânime: O livro é nota 10. Não quero ser o primeiro a discordar, mas não o achei tão bom assim. O tema, viagem no tempo, é um dos meus favoritos e foi a razão de me fazer ler o livro, e confesso, até a página 200 aproximadamente (li a versão de bolso) o livro é ótimo, o que me fez perder o entusiasmo foi me acostumar com as viagens de Henry e perceber que ainda faltavam 400 páginas de história.

"Odeio estar onde ela não está, quando não está. No entanto, vivo partindo, e ela não pode vir atrás." - Página 13

  A escrita da autora me surpreendeu, já que é seu livro de estréia. Ela conseguiu explicar muito bem todos os detalhes de como funciona a viagem no tempo e descomplicou a confusão que poderia ser gerada quanto às idades dos protagonistas. Audrey Niffenegger criou uma história de amor capaz de superar qualquer desafio (no início eu duvidava do amor de Henry por Clare, dado a forma como se conheceram pelo ponto de vista dele, mas essa dúvida foi abordada no próprio livro, e Henry aceitou isso, explicando que em diversos momentos causa e consequência não fazem sentido em sua condição).

  Outro ponto muito bem trabalhado foi as características dos personagens: Clare criança tem uma personalidade diferente da Clare adulta e, já que o livro vai e volta no tempo, a autora conseguiu mantê-las muito bem.

"É difícil ficar para trás. Espero Henry, sem saber dele, me perguntando se está bem. É difícil ser quem fica." - Página 9

  Como eu disse, até a página 200 o livro é fantástico. Inclusive com alguns momentos geniais, como a conversa entre Henry e Clare criança no campo sobre quem é o Beatle favorito de cada um, enquanto jogam xadrez; e quando Henry "dá uma lição" em um garoto da escola de Clare, a pedido dela. O problema, ao meu ver, está nas páginas restantes: As viagens de Henry já não são mais tão interessantes e a monotonia que se instala é quebrada apenas em alguns momentos, como no natal em família e no casamento deles.

  Enfim, mesmo não sendo um grande fã do gênero romance, o livro conseguiu me agradar muito e eu indico a todos os que se interessarem por ele. O final volta a impressionar o leitor e o impacta, mostrando que a história não terminou na metade do enredo. O livro é completo, sabe explicar o que propõe e sabe construir uma história que, mesmo sendo baseada em ficção e fantasia, toca corações por sua semelhança com a realidade.