Resenha #12 - Os Sofrimentos do Jovem Werther


TÍTULO: Os Sofrimentos do Jovem Werther

AUTOR: J. W. Goethe

EDITORA: Martins Fontes

PÁGINAS: 223

SINOPSE: Considerado o marco inicial do Romantismo na Europa, Os Sofrimentos do Jovem Werther é composto por cartas, ou epístolas, que o protagonista enviou a seu amigo Wilhelm (Guilherme, Wahlheim) a respeito, a princípio de sua mudança para o campo e, posteriormente, de sua paixão por Charlotte (Carlota, Lotte). Essa, por sua vez, é noiva prometida de Albert (Alberto) e, mesmo parecendo corresponder o amor de Werther, eles não podem consumá-lo. No decorrer da história o amor de Werther por Charlotte se intensifica a ponto de afetar a forma dele escrever suas cartas, suas palavras passam a ser carregadas de sentimento e suas emoções o domina a ponto de guiar seus atos.


  Para falar a verdade, li esse livro em PDF. Meu antigo professor de literatura havia comentado sobre sua história, e inclusive conseguiu estragar o final do livro, contando o maior spoiler possível; mas mesmo assim eu me interessei, procurei mais informações sobre ele e, finalmente, o li. Escolhi essa capa pra colocar na resenha simplesmente porque eu amo o quadro 'Viajante Sobre o Mar de Névoa' do Caspar David Friedrich, que foi amigo do autor, Goethe, mas deixa isso pra lá.

  Vocês devem concordar comigo: a sinopse encanta, nos faz ter vontade de ler o livro e saber mais sobre tamanho amor contido e, ao mesmo tempo, exposto ao amigo Wilhelm e a nós leitores. Só que o livro foi escrito em 1774. O vocabulário utilizado é extremamente rebuscado e a paixão de Werther passa do encantamento à dor e à depressão de não poder ter a mulher amada.

"Por que é que aquilo que faz a felicidade do homem acaba sendo, igualmente, a fonte de suas desgraças?"

  Goethe teve um relacionamento parecido ao de Werther e transferiu para o livro toda a angústia que ele próprio sentira. Conseguiu concentrar em sua obra uma grande gama de emoções como desespero, pesar, agonia, desconsolo; mas isso acabou fazendo o livro ser triste demais, melancólico demais.

  Werther inicia o livro como um idealista, mas seus sentimentos o corroem e ele passa a ser um homem ressentido. Em dado momento, o leitor vai achá-lo até mesmo chato, ele descreve sua amada a engrandecendo, a ornamentando e a tornando cada vez mais inalcançável. Sem dúvidas o trabalho realizado pelo autor foi excepcional, mas ele abarcou seu texto de tanto sentimentalismo e idealização que deixou a leitura extremamente cansativa.

"E, assim, quaisquer que sejam os obstáculos que entravem seus passos, guarda sempre no coração o doce sentimento de que é livre e poderá, quando quiser, sair da sua prisão."

  Ler Os Sofrimentos do Jovem Werther e não se sentir deprimido é impossível, o livro é um clássico exatamente por transmitir ao leitor todo o sofrimento sentido pelo personagem. Existem leitores que apreciam livros assim, que provocam angústia, mas eu não sou um deles. O livro termina com a mesma impossibilidade de concretização que começou. O amor platônico narrado não tem seu "final feliz", e diante disso, o protagonista não faz mudanças, continua com o amor impossível inalterado em sua mente condicionada. Seu egoísmo faz dele um ser melancólico, cuja existência depende de uma pessoa que ele nunca terá.

5 comentários:

  1. Achei muito interessante esse livro,com certeza vai entrar na minha lista de desejados.
    Adorei o blog.
    E o estou seguindo como giovana1.0

    http://fonte-da-leitura.blogspot.com.br/

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  2. Olá Giovana.
    Boa leitura, mas saiba que será por sua conta e risco.
    Como eu expliquei, o livro é muito bom em transmitir as emoções de Werther ao leitor, mas os personagens são bem planos, com exceção do protagonista.
    Quando você ler volte aqui e me diga o que achou ;)

    Até mais!

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  3. Tô lendo esse livro no momento e a única coisa que eu consigo pensar dele até agora é "nossa". Porque, sério, nossa. Não tô achando ele ruim não, admito, mas ainda tem algum "mas" sobre isso que eu ainda não consegui identificar qual é. Meio complicado, hm.

    http://sendoempapel.blogspot.com.br/

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  4. Boa sorte pra achar o seu "mas".
    Quando você encontrá-lo vai conseguir montar a frase "esse livro é um clássico, 'mas' não deixa de ser ruim por isso."
    Abraços.

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  5. Li (ou pelo menos tentei ler) esse livro no começo deste ano, justamente porque adoro o romantismo europeu... Mas nossa, só vi verdades nessa sua resenha! No começo até estava bem animado, até bem confortável, já que gosto de textos mais dramáticos, desse conceito da mulher como um ser inalcançável e tal, mas, nossa, como se torna cansativo com o tempo! Pareceu-me que era um livro de umas 700 páginas, e infelizmente abandonei. talvez eu retome um dia desses.

    pensadoremserie.blogspot.com.br

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